Equipamento na área de inspeção por raio X irá barrar embarque de passageiro com malas acima do limite permitido. A medida deve ser implantada nos voos nacionais no fim do ano; regra prevê máximo de 5 kg e 115 cm de volume.
O governo federal e as companhias aéreas planejam barrar passageiros que tentem embarcar com bagagem de mão acima dos limites permitidos nos aviões.
A ideia é instalar gabaritos de metal na área de inspeção por raio X nos aeroportos, para medir a bagagem.
Se a mala couber no suporte, passa; caso contrário, terá que ser despachada – o que obrigará o passageiro a ir até o balcão da empresa aérea e correr risco de perder o voo.
A medida deve ser implantada nos voos nacionais – nos internacionais ainda não está definido – a partir da alta temporada, no fim do ano. A articulação se dá entre Infraero (estatal dos aeroportos) e sindicato das aéreas.
Trata-se de um modo de cumprir o que já está previsto. Uma norma de 2000 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determina que as bagagens de mão não excedam 5 kg nem 115 cm de volume (soma de comprimento, largura e altura). Hoje, quase ninguém cumpre.
A justificativa para a proposta é que, com a disseminação do check-in via internet, mais passageiros têm ido direto para a fila do raio X, em vez de passar pelo balcão da companhia. Na Gol, um a cada três faz isso.
Os passageiros têm mais razões. Quem tem pressa não despacha a bagagem para sair rápido dos aeroportos, sempre lotados. Em Cumbica, a mala chega a demorar uma hora e meia no pico. Em nossa última viagem ao Rio de Janeiro, também não despachamos nossa bagagem para evitar a demora na hora de retirar. Caso as normas estivessem de acordo com o que prevê a ANAC, teríamos que despachar nossa bagagem e provavelmente ficariamos esperando algumas horas no caos do Galeão.
EXCESSOS
Sem o controle de bagagem ocorrem os excessos.
Um passageiro com duas malas, por exemplo, demora mais para acomodá-las, retarda a movimentação dos demais no avião e enche o bagageiro, feito para abrigar um volume por assento.
Todos levam mais tempo para se sentar e a aeronave aumenta o período em terra – e ela só é rentável voando.
Fazer o governo chancelar a iniciativa foi um modo de o sindicato dissociá-la de uma única companhia, o que poderia ser considerado antipático pelos passageiros.
Segundo publicação na Folha de São Paulo, a Infraero está disposta a comprar e pôr os gabaritos nas áreas de raio X. Às empresas caberia informar passageiros.