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Desenvolvimento turístico impacta a produção industrial

Em 2007, o valor da produção das Atividades Características de Turismo no Brasil foi de R$ 168,8 bilhões, correspondente a 3,6% da produção total da economia, ou a 7,1% do valor da produção do setor de serviços

O ministro do Turismo, Gastão Vieira, está em Paris, onde apresentou ao T-20 – grupo formado pelos ministros ou representantes do turismo do G-20 – o resultado de pesquisas realizadas pela pasta sobre os impactos diretos e indiretos do setor turístico na economia brasileira.

O objetivo do ministro em sua apresentação é mostrar a transversalidade do setor e chamar a atenção sobre como o desenvolvimento turístico influencia positivamente o desenvolvimento industrial do Brasil. “O Ministério do Turismo se esforça no sentido de quantificar os impactos diretos e indiretos do setor turístico na economia. Tarefa ambiciosa, considerando a tradicional escassez de informações sobre todo o setor de Serviços, no qual o Turismo se insere”, avalia Gastão Vieira.

Os dados mais recentes são da pesquisa Economia do Turismo – Uma Perspectiva Macroeconômica 2003-2007, publicada em setembro de 2010 e fruto de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo trata sobre os impactos diretos do turismo. As análises partiram da definição das Atividades Características de Turismo (ACTs) – ou seja, aquelas que deixariam de existir ou sofreriam forte impacto negativo no caso de ausência de visitantes – para delimitar o escopo exato do Turismo dentro da Contabilidade Nacional. Feito isso, o detalhamento das Contas Nacionais forneceu as informações necessárias para a completa radiografia das Atividades Características e, portanto, do turismo no Brasil.

Assim, verifica-se que, em 2007, o valor da produção das Atividades Características de Turismo no Brasil foi de R$ 168,8 bilhões, correspondente a 3,6% da produção total da economia, ou a 7,1% do valor da produção do setor de serviços – ou seja, uma participação bastante expressiva. Dentre as ACTs, o maior destaque coube aos serviços de alimentação, cujo valor da produção naquele ano foi de R$ 67,5 bilhões – ou nada menos que 40% do total.

Em segundo lugar ficou o transporte rodoviário, com R$ 32,4 bilhões (ou 19,2% do total). Em terceiro, as atividades recreativas, culturais e desportivas, com R$ 22,4 bilhões (ou 13,3% do total).

Quanto ao valor agregado, o total das Atividades Características de Turismo foi de R$ 82,7 bilhões, que representou 5,4% do valor agregado do setor de serviços e 3,6% do valor agregado da economia em geral.
Ainda quanto ao valor agregado, a maior participação coube aos serviços de alimentação, com R$ 28,9 bilhões (ou 35% do total). Em segundo lugar, o transporte rodoviário, com R$ 17,4 bilhões (21% do total), ficando em terceiro lugar as atividades recreativas, culturais e desportivas, com R$ 14,8 bilhões (18% do total).

Sob o mesmo item, o total das ACT’s foi de R$ 82,7 bilhões – que representou 5,4% do valor agregado do setor de serviços e 3,6% do valor agregado da economia. A maior participação coube aos serviços de alimentação, com R$ 28,9 bilhões (ou 35% do total). Em segundo lugar, o transporte rodoviário, com R$ 17,4 bilhões (21% do total), ficando em terceiro lugar as atividades recreativas, culturais e desportivas, com R$ 14,8 bilhões (18% do total).

Uma forma de medir o impacto indireto do turismo na economia é dada por meio de seu consumo intermediário, ou seja, as aquisições feitas pelas Atividades Características do Turismo nos demais setores econômicos. Segundo a pesquisa, o consumo intermediário representou em 2007 um valor total de R$ 86,1 bilhões, transferido para os demais setores.
As ACT’s que mais contribuíram para essa transferência foram os serviços de alimentação, com R$ 38,5 bilhões, o transporte rodoviário, com R$ 15 bilhões, e o transporte aéreo, com R$ 12 bilhões.

Impactos indiretos

Um setor que é fortemente impactado pelo desenvolvimento turístico é o da produção de automóveis. O segmento, que faturou R$ 5,1 bilhões em 2010, respondeu pela oferta de quase 265 mil empregos. No Brasil, as locadoras de automóveis são os principais clientes das montadoras. Compram em torno de 400 mil veículos por ano (ou cerca de 10% da produção nacional – uma escala grande sob qualquer parâmetro).
Deste total, pelo menos 160 mil veículos (ou 42% do movimento das locadoras) são usados por turistas de negócios e lazer, ilustrando bem o impacto indireto do turismo na economia. Quem compra e usa é o turismo, quem produz e fatura é o setor automobilístico.

Significa dizer: tomando apenas este segmento específico do turismo, observa-se uma significativa contribuição para os resultados de um dos setores industriais mais vigorosos da nossa economia. A idade média da frota vem diminuindo no Brasil, alimentando a expectativa de um crescimento permanente da aquisição anual de veículos pelo setor.

Outra pesquisa refere-se aos meios de hospedagem. O Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe, realizou uma pesquisa envolvendo 2.200 meios de hospedagem em todo o Brasil para levantar as quantidades de 68 diferentes tipos de equipamentos/mercadorias duráveis, consumidas pela estrutura hoteleira.

A pesquisa evidencia que o custo de geração de emprego na hotelaria é, de longe, o mais baixo entre diversos segmentos tradicionalmente intensivos em mão de obra, tomados para comparação.
No que se refere aos efeitos multiplicadores, para cada R$ 100,00 faturados pela hotelaria brasileira, outros R$ 86,00 impactam a atividade industrial. Para cada R$ 100,00 de valor agregado no setor hoteleiro, outros R$ 76,00 se incorporam ao valor agregado da indústria. Para cada 100 empregos criados na hotelaria, outros 26 são criados na indústria.

Como exemplo, basta citar apenas dois dos 68 itens de aquisição pela hotelaria analisados: aparelhos de TV e peças têxteis – itens básicos do serviço de hotelaria. A pesquisa do MTur mostrou que os hotéis brasileiros possuem um estoque de cerca de 600 mil aparelhos de TV e 17 milhões de peças têxteis. A reposição anual deste estoque exige a compra de nada menos de 102 mil aparelhos de TV e de 7 milhões de peças têxteis.

Por outro lado, quando o tema é geração de emprego, o setor de hospedagem tem impacto indireto mais expressivo no segmento de serviços prestados às empresas (5,5%); seguido de indústrias diversas (2,5%), do comércio (2,37%) e da agropecuária (2,46%).

Esses números permitem concluir que uma parcela ponderável dos resultados econômico-financeiros gerados pela atividade turística acaba contribuindo, de forma expressiva, para agregar valor aos resultados de outras atividades econômicas, em especial nas áreas de outros serviços e da indústria.

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